sábado, 15 de outubro de 2011

Tratamento de Hemangiomas

Os hemangiomas representam um tipo de anomalia vascular visualizados como manchas ou tumores. Podem ser observados desde a infância e persistem, eventualmente, até a idade adulta. São negligenciados por médicos e familiares, por serem considerados como "manchas de nascença".

O Departamento de Cirurgia Reparadora do Hospital do Câncer A. C. Camargo, composto por especialistas, é referência nacional no planejamento do tratamento clínico ou cirúrgico das anomalias vasculares. Por meio de uma atuação multidisciplinar, adicionando avanços nos métodos diagnósticos e nas opções terapêuticas, a equipe acompanha as mais modernas técnicas mundiais.

Por conta do know-how, a equipe realiza uma abordagem específica para os dois tipos básicos de anomalias vasculares: as transitórias - que aparecem nos primeiros meses e podem desaparecer até a primeira década de vida e as permanentes que acompanham o paciente por toda a vida.

A classificação clínica de Curado, adotada nacionalmente, divide as anomalias vasculares agrupando lesões que apresentam a mesma história natural, aspecto ao exame físico, histologia e evolução. São eles: Hemangiomas Planos, Hemangiomas Fragiformes e Tuberosos, Hemangiomas Cavernosos, Linfangiomas e Síndromes Hemangiomatosas. As Síndromes Hemangiomatosas mais freqüentes no nosso meio são: Sturge-Weber, Klippel-Trenaunay, Kasabach-Merrit e Proteus.

Dentre os diferentes tipos de lesões, os Hemangiomas Fragiformes e os Tuberosos são transitórios.

Como identificar um "hemangioma"?

Os Hemangiomas Planos são manchas vinhosas bem delimitadas na pele e nas mucosas, presentes desde o nascimento e que não regridem. As manchas podem ser mínimas ou extensas, podem causar hipertrofia e desenvolver nódulos em sua superfície. O tratamento indicado é o laser "Flashlamp-pumped pulsed dye laser", que tem menor índice de seqüelas.

Os hemangiomas planos não devem ser confundidos com as manchas róseas freqüentes nos recém-nascidos, localizadas principalmente nas pálpebras e nuca. Estas manchas desaparecem no primeiro ano de vida.

Os Hemangiomas Fragiformes e Tuberosos surgem e se desenvolvem rapidamente durante o primeiro mês de vida, em volume e extensão. Quando a pele está comprometida apresenta a textura similar à do morango.

O crescimento abrupto observado nestes casos é decorrente de proliferação celular.

Os Fragiformes têm tendência circular e, em 80% dos casos, situam-se no segmento cefálico.

Os Tuberosos surgem de vários pontos e podem atingir grande extensão ou assumir características alarmantes: promovem a obstrução de vias aéreas, digestivas ou de visão, são massas deformantes, sofrem ulcerações de tratamento e cicatrização difíceis. Em raros casos, tornam-se uma ameaça à vida do paciente. As pequenas lesões podem ser apenas observadas.

Eventualmente, estes hemangiomas são removidos quando localizados em região sujeita a provocar desconforto ao paciente, desde que não provoque seqüela estética ou funcional. Os hemangiomas tuberosos extensos devem ser tratados com medicamento, precocemente, com o objetivo de interromper o crescimento, durante as primeiras semanas ou meses de vida. O corticóide é a primeira opção terapêutica. Outros medicamentos podem ser prescritos de acordo com a situação clínica.

Os Hemangiomas Cavernosos podem ser visíveis como tumores arroxeados. Comprometem a pele e outras estruturas mais profundas, como subcutâneo, músculos e ossos. São más-formações que estão presentes desde o nascimento e sofrem alterações proporcionais ao crescimento da criança. O diagnóstico, nas lesões superficiais, pode ser clínico; as lesões mais profundas, por sua vez, exigem exames de imagem para confirmação da natureza vascular da afecção, da extensão e das estruturas afetadas (ultra-som, cintilografia com hemácias marcadas, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou arteriografia).

As pequenas lesões podem ser tratadas com escleroterapia e laser. A cirurgia deve ser indicada somente quando não causar seqüelas funcionais ou estéticas, ou como último recurso em circunstâncias de hemorragia ou crescimento progressivo. Aquelas com componente arterial podem ser tratadas com embolização, por meio da arteriografia superseletiva.

Para todos os casos de anomalias vasculares da infância, o tratamento com radioterapia foi abandonado, em decorrência dos efeitos colaterais permanentes e, principalmente, porque existem melhores opções terapêuticas.


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